Lu Lacerda: De próprio punho, por Ilana Eleá

“Deixo um convite para o oceano da não monogamia”

Filha de mãe solo, lembro que idealizei o casamento desde muito cedo e projetei o amor romântico como uma das finalidades da vida. Escolher e ser escolhida, cuidar dos dias dentro de uma relação com zelo, entrega, companheirismo, criatividade, surpresas e mimos – de preferência até o sempre –  compunham o meu repertório sonhado.

Cada vez que eu encontrava um casal que estava há um tempo juntos, corria, desde jovenzinha, até eles para saber mais sobre “os segredos da paixão”, ingênua e deslumbrada pelo que eu considerava ser uma das maiores sortes, a química essencial, um dos sinônimos ou par perfeito do amor.

Quando a resposta dos casais chegava, uma decepção recorrente descia pela minha garganta, e eu me sentia insegura e desconfortável. “Paixão a gente sentiu jovem; o sentimento se modifica, hoje sentimos amor um pelo outro.” Ou então, “o melhor do casamento são os nossos filhos”, “vivemos mais como irmãos, administramos a família, temos respeito um pelo o outro, paixão dá e passa”.  

O semblante morno e resignado nos olhos desses homens e mulheres me atemorizava. Insatisfeita com o que ouvia, jurava para mim mesma que, quando chegasse a minha vez de amar, eu faria de tudo para não me sentir apagada ou preterida em uma relação quando me tornasse adulta.

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